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sábado, 30 de novembro de 2013

 Éris




Éris (do grego antigo: Ἔρις, "Strife") é a deusa que personifica a discórdia e o caos na mitologia grega. Corresponde à deusa romana Discórdia. Seu oposto é a Harmonia (grego), cuja contrapartida é Concórdia (latina), derivada de Concórdia (romana). 

Nascida de Nix e renascida com o nascimento de Ares, que são frequentemente chamados de irmãos. Ela é a discórdia no casamento, mas, sobretudo na Guerra, acompanhando o irmão pelo campo de batalha. E quando todos os Deuses se retiram, ate mesmo o próprio irmão, ela permanece no local para gozar do caos e destruição causados. 

Ela é a Deusa que inflige o sofrimento, chegando mesmo a ser chamada de monstro infernal. E os seus esquemas de Discórdia não se limitam aos mortais. A lenda mais famosa referente à Éris relata o seu papel ao provocar a Guerra de Tróia, quando Peleu e Tétis casaram-se, e ela foi a única Deusa não convidada, devido ao seu comportamento. Como vingança tirou uma maçã dourada (pomo de ouro) da árvore das Hespérides e inscreveu nela "Para a mais bela" atirando-a para a mesa do banquete. De imediato AfroditeHera e Atena se levantaram para reclamar o prêmio, o que levou, eventualmente, à guerra de Tróia, a maior Guerra entre o Oriente e o Ocidente. 

Na Obras de Hesíodo e Dias 11-24, existem duas deusas Éris, e elas são de natureza totalmente diferente. Uma é a filha de Zeus eHera e irmã de Ares, promove a guerra, o mal, a batalha e é muito cruel, nenhum homem a ama, mas são forçados a prestar honra devido a sua natureza de deusa imortal.  


A outra é a filha mais velha de Nix, e filha de Cronos, que ficam acima e habita no éter, e ela tem suas raízes na terra: e ela é muito gentil com os homens. Ela ajuda os homens a progredir no trabalho quando o considera seu próximo. 



Na Teogonia de Hesíodo, (226-232), Éris a filha de Nix é menos gentil, e ele traz personificações outros de seus filhos: Ponos (pena), Lete (esquecimento), Limos (fome), Algos (dor), Hisminas (disputas), Macas (batalhas), Fonos (matanças), Androctasias (massacres), Neikea (ódio), os Pseudologos (mentiras), as Anfilogias (ambiguidades), a Disnomia (a desordem) e a Ate (a Ruína e a Insensatez), todos eles companheiros inseparáveis, e a Horcos (Juramento), ele que mais problemas causa aos homens da terra cada vez que algum presta falso testemunho. 

A palavra "erística", em português, vem do nome da deusa grega da discórdia. Significa a arte da disputa argumentativa no debate filosófico, desenvolvida, sobretudo pelos sofistas, e baseada em habilidade verbal e acuidade de raciocínio (Houaiss). 

Também leva o nome Éris um planeta anão no disco disperso do sistema solar (com a designação oficial 136199 Éris). Seu satélite natural chama-se Disnomia (segundo os antigos gregos, uma das filhas de Éris). 

Os discordianos idolatram Éris como sua deusa.

Éris e Ares

 Ares



Ares (em grego: Ἄρης, transl. Árēs) era o deus grego da guerra, mais exatamente o deus da guerra selvagem, ou sede de sangue, ou matança personificada. Era conhecido também em Roma como Marte. Pertence ao grupo dos doze deuses Olímpicos, e é filho de Zeus e Hera, de quem herdou o mal gênio da mãe e a força do pai Ares era guerreiro, gostava muito de guerras, batalhas e brigas, era muito violento, sanguinário, pelo contrário de muitos ele só encontrava sua paz, em suas lutas e batalhas. Era ele quem governava a cidade de Esparta. Em suas lutas sua chegada era anunciada com gritos que causavam pânico nas pessoas.

Muitos gregos costumavam pedir sua ajuda nas batalhas e para isso matavam animais e ofereciam em sacrifício a ele na noite anterior aos combates.



Ares era amante da deusa do amor, Afrodite e com ela teve dois filhos, Deimos "o Terror" e Fobos "o Medo", que o acompanhavam nas batalhas. Também teve com ela o filho Eros, o deus do amor, que roubava corações com suas flechas, e até Afrodite foi uma delas; também teve a Harmonia e Anteros. Porém, Hefesto como marido de Afrodite descobriu sua traição, e soube que eles iam se encontrar em seu palácio e preparou uma armadilha para os dois. Na cama ele colocou uma rede invisível e os prendeu, o Sol que estava espiando, ajudando Hefesto viu que a armadilha tinha funcionado e avisou a todos os Deuses, para que todos pudessem ver e presenciar a traição.Afrodite e Ares então foram presos e depois de um longo tempo quando foram soltos, se separaram.


A irmã e companheira de assassinato de Ares era Eris, a deusa da discórdia ou Enyo, a deusa da guerra, derramamento de sangue e violência. Ele também foi assistido pelo deus menor da guerra Enyalios, seu filho com Enyo, cujo nome ("bélico", o mesmo significado que Enyo) também servia como um título do próprio Ares. A presença de Ares era acompanhada por Kydoimos, o demônio do estrondo da batalha, bem como o Makhai (Batalhas), o Hysminai (Carnificinas), Polemos (um espírito menor da guerra; provavelmente um epíteto de Ares, como ele não teve nenhum domínio específico), e a filha de Polemos, Alala, a deusa/personificação do grito de guerra grego, cujo nome Ares usou como o seu próprio grito de guerra. Sua irmã Hebe também desenhou banhos para ele.

Ares sempre foi um grande protetor de seus filhos e mesmo sendo um deus de fama ruim, era o único deus que agia desta forma com proteção. Como deus Romano Ares também teve filhos com Réia que eram os gêmeos Remo e Rômulo.

Ares com sua fama era detestado pelos deuses, nem mesmo Zeus gostava dele. Embora gostasse muitas das guerras e batalhas, não era invencível, perdeu muitas vezes. Tem como sua principal rival a deusa Atena, deusa das guerras estratégicas, ao contrário de Ares que gostava mesmo de sangue. Atena o derrotou muitas vezes. Ares em suas guerras usava capacete, lança, escudo e uma couraça, também usava uma carroça puxada por quatro cavalos que soltavam fogos pelas narinas.


Ares na cultura moderna
  • Ares é o principal antagonista em quadrinhos da DC Comics, na história da super-heroína Mulher Maravilha. Também faz uma aparição na série animada Liga da Justiça – Sem Limites. Ele é dublado por Michael York. No episódio “Gavião e Pombo”.
  • Em Cavaleiros do Zodíaco, o "Grande Mestre" Ares era o comandante dos doze cavaleiros de ouro, cada um com uma armadura de um signo do zodíaco grego, sendo o grande grupo rival dos cinco cavaleiros de bronze liderados por Saori Kido, reencarnação da deusa Atena, na saga do Santuário.
  • No game Empire Earth, uma das unidades robóticas que se pode construir na era digital se chama Ares.
  • Ares também é o antagonista principal na série de jogos God Of War. O anti-herói principal, Kratos, era guerreiro de Ares, mas foi traído quando Ares fez Kratos matar sua própria esposa e filha. Com a ajuda de outros deuses, Kratos mata Ares e vira o novo deus da guerra.
  • Ares também aparece história em quadrinhos da Marvel Comics como um membro proeminente dos Mighty Avengers. Ele desempenha o papel como de "Wolverine e Thor" tanto tendo os traços de violência como a força de Thor. Ele é também um antagonista principal da versão em quadrinho da Marvel, Hércules.
  • Ares aparece como um personagem maior na série de TV em Hércules: as Viagens Místicas e Xena: a Princesa Guerreira; tanto como vilão como anti-herói, bem como ter um amor unilateral de interesse por Xena. Ele foi interpretado por Kevin Smith.
  • Ares também apareceu na produção de Hercules da Disney e as suas séries animadas originadas. Os animadores da Disney retrataram-no em uma armadura de guerreiro e elmo como a sua roupa. Ele também é retratado tendo uma rivalidade com sua irmã Atena na série animada.
  • Ares é o nome de um dos deuses falsos de Ilíon, uma novela escrita por Dan Simmons.
  • Há um manhwa (desenho em quadrinho sul-coreano) chamado Ares.
  • O míssil que substituirá o ônibus espacial será chamado Ares.
  • Ares tem muitos traços em comum com o poder do Caos, Khorne em miniaturas de jogos da Games Workshop, Warhammer Fantasy Battle e Dark Millennium. Khorne pode ter sido deliberadamente modelado depois de Ares.
  • Uma companhia de fabricação de armas em Shadowrun no jogo é chamado Ares.
  • Ares aparece também na série de livros juvenis de aventura Percy Jackson e os olimpianos escrita por Rick Riordan, baseada na mitologia grega.Na série Ares e retratado como violento e louco por uma guerra, ele é também um grande inimigo do personagem principal da série.

 A Guerra de Tróia




Na mitologia grega, a Guerra de Tróia foi um conflito lendário de dez anos em que guerreiros gregos sitiaram Tróia, uma cidade na costa noroeste da Ásia Menor . Homero, em seu grande épico, a Ilíada, descreve as atividades de deuses, deusas, heróis e humanos durante o último ano da guerra. Alguns estudiosos acreditam que a história da Guerra de Tróia pode ter sido baseada em memórias de acontecimentos históricos distantes, que se tornaram mitos com o passar do tempo.

De acordo com esses mitos, a Guerra de Tróia estava enraizada em vaidade e paixão. Um jovem chamado Paris, um dos filhos do rei Príamo de Tróia, foi solicitado a escolher a mais bela entre as três deusas: Afrodite, Atena e Hera. Cada deusa ofereceu a Paris um presente especial, caso ele as declarasse a mais bela. Paris escolheu Afrodite, que lhe havia prometido a mulher mais bonita do mundo.


Afrodite levou Paris até Esparta, na casa de um príncipe grego chamado Menelau. Helena, a esposa de Menelau, era considerada a mulher mais bonita do mundo. Paris se apaixonou por Helena e levou-a para Tróia. Após isso, Menelau pediu a seu irmão, o rei Agamenon para levar os príncipes e guerreiros da Grécia contra Tróia para resgatar Helena e punir os troianos.

Após alguns atrasos, os gregos chegaram até Troía. Eles cercaram a cidade, mas tiveram pouco progresso na guerra durante cerca de nove anos. A Ilíada retoma a história exatamente quando Agamenon insulta Aquiles, seu bravo guerreiro. Furioso com Agamenon, Aquiles se retirou do conflito e amaldiçoou seus camaradas gregos.


Enquanto isso, Heitor, outro filho de Príamo e  líder dos guerreiros troianos, liderou uma força para fora da cidade sitiada para atacar os gregos. Ele matou Pátroclo, que havia pego emprestado a armadura de seu amigo Aquiles. Cheio de dor e raiva, Aquiles retornou ao confronto e numa luta matou a Heitor. Em seguida, ele arrastou o corpo de Heitor atrás de seu carro, privando os troianos de realizarem um funeral apropriado. Este ato desonroso irritou os deuses, que convenceram Aquiles a devolver o corpo para a família de Heitor.

Paris matou Aquiles com uma flecha certeira em seu calcanhar, apenas para ser morto, por sua vez, por um arqueiro grego. Após a morte de Aquiles, os gregos reconheceram Odisseu como o seu melhor guerreiro. O valente Ajax, irritado por ter sido passado, tentou matar os outros líderes gregos e, finalmente, cometeu suicídio. Enquanto isso, o inteligente Odisseu veio com um plano para derrotar Tróia com malandragem ao invés da força direta. Ele instruiu os gregos a construírem um enorme cavalo de madeira e oco sobre rodas. Os soldados gregos se esconderam dentro do cavalo, que foi levado até os portões de Tróia. Os troianos acordaram e encontraram essa maravilha fora de suas portas, e trouxeram-no para  o centro da cidade. Naquela mesma noite, os soldados gregos desceram do cavalo e abriram os portões da cidade para que mais gregos entrassem. Então eles incendiaram Tróia, e mataram Príamo e sua família. O termo "cavalo de Tróia" é usado até hoje para se referir a algo que parece ser um presente inofensivo, mas traz perigo insuspeitado ou destruição dentro.

A Guerra de Tróia também forneceu material mitológico para os romanos, que traçaram sua ascendência até Enéias, um nobre troiano que escapou da destruição da cidade. Europeus medievais criaram novos poemas e lendas sobre a Guerra de Tróia, muitas vezes apresentando o ponto de vista Troiano. Uma lenda britânica, por exemplo, afirmou que a Grã-Bretanha tinha sido fundada por descendentes de Enéias e dos últimos Troianos.

 Afrodite








Afrodite (em grego antigo: Ἀφροδίτ, transl. Aphrodítē) é a deusa do amor, da beleza e da sexualidade na mitologia grega. Sua equivalente romana é a deusa Vênus. Historicamente, seu culto na Grécia Antiga foi importado, ou ao menos influenciado, pelo culto de Astarte, na Fenícia. 

De acordo com a Teogonia, de Hesíodo, ela nasceu quando Cronos cortou os órgãos genitais de Urano e arremessou-os no mar; da espuma (aphros) surgida ergueu-se Afrodite. 

Por sua beleza, os outros deuses temiam que o ciúme pusesse um fim à paz que reinava entre eles, dando início a uma guerra; por este motivo Deusa casou com Hefesto, que não era visto como uma ameaça. Afrodite teve diversos amantes, tanto deuses como Ares quanto mortais como Anquises. A deusa também foi de importância crucial para a lenda de Eros e Psiquê, e foi descrita, em relatos posteriores de seu mito, tanto como amante de Adônis quanto sua mãe adotiva. Diversos outros personagens da mitologia grega foram descritos como seus filhos. 

Afrodite recebe os nomes de Citere ou Citereia (Cytherea) e Cípria (Cypris) por dois locais onde seu culto era célebre na Antiguidade, Citera e Chipre - ambos os quais alegavam ser o local de nascimento dela. A murta, pardais, pombos, cavalos e cisnes eram considerados sagrados para ela. Os gregos também a identificavam com a deusa egípcia Hátor. Afrodite ainda recebia muitos outros nomes locais, como Acidália e Cerigo, utilizadas em regiões específicas da Grécia. Cada uma recebia um culto ligeiramente diferente, porém os gregos reconheciam a semelhança geral entre todos como sendo a única Afrodite. Já os filósofos áticos do século IV a.C. viam de maneira separada a Afrodite Celestial (Afrodite Urânia) e seus princípios transcendentes e a Afrodite comum, do povo (Afrodite Pandemos). 

Possuía um cinturão, onde estavam todos os seus atrativos, que, certa vez, a deusa Hera, durante a Guerra de Tróia, pediu emprestado para encantar Zeus e favorecer os gregos. 

Nascimento 


O Nascimento de Vênus, de Sandro Botticelli, c. 1485. 

Afrodite, segundo algumas versões de seu mito, teria nascido perto de Pafos, na ilha de Chipre, motivo pelo qual ela é chamada de "Cípria", especialmente nas obras poéticas de Safo. Seu principal centro de culto era exatamente em Pafos, onde uma deusa do desejo havia sido cultuada desde o início da Idade do Ferro na forma de Ishtar e Astarte. Outras versões do mito, no entanto, afirmam que a deusa teria nascido próximo à ilha de Citera (atual Kythira), pelo qual também recebia o nome de "Citereia". A ilha era um entreposto comercial e cultural entre Creta e o Peloponeso, portanto estas histórias podem ter preservado traços da migração do culto de Afrodite do Levante até a Grécia continental. 

Na versão mais famosa do mito, seu nascimento teria sido a consequência de uma castração: Cronos teria cortado os órgãos genitais de Urano e arremessado-os para trás, dentro no mar. A espuma surgida da queda dos genitais na água, que alguns autores identificaram com o esperma do deus morto, teria dado origem a Afrodite, enquanto as Erínias teriam surgido a partir de suas gotas de sangue. Nas palavras de Hesíodo, "o pênis (...) aí muito boiou na planície, ao redor branca espuma da imortal carne ejaculava-se, dela uma virgem criou-se." Esta virgem se tornou Afrodite, flutuando até as margens sobre uma concha de vieira. Esta imagem, de uma "Vênus erguendo-se das águas do mar" (Vênus Anadiômene), já totalmente madura, foi uma das representações mais icônicas de Afrodite, celebrizada por uma pintura muito admirada de Apeles, já perdida, porém descrita na História Natural de Plínio, o Velho. 

Em outra versão de sua origem, ela seria filha de Zeus e Dione, a deusa-mãe cujo oráculo situava-se em Dodona. A própria Afrodite é por vezes referida como "Dione", que parece ter sido uma forma feminina de "Dios", o genitivo de Zeus em grego, e poderia apenas significar "a deusa", de maneira genérica. A própria Afrodite seria então uma equivalente de Réia, a mãe-terra, e que Homero teria deslocado para o Olimpo. Alguns estudiosos levantaram a hipótese de um panteão protoindo-europeu, no qual a principal divindade masculina (Di-) representaria o céu e o trovão, e a principal divindade feminina (forma feminina de Di-) representaria a terra, ou o solo fértil. Depois que o culto a Zeus tomou o lugar do oráculo situado no bosque de carvalhos em Dodona, alguns poetas o teriam transformado em pai de Afrodite. Em algumas versões do mito, Afrodite seria filha de Zeus e Talassa (o mar). 

Segundo Homero, Afrodite, após entrar em combate para proteger seu filho, Enéas, teria sido ferida por Diomedes e retornado à sua mãe, sob cujos joelhos se deitou para ser confortada. 

Casamento 

Após destronar Cronos, Zeus ficou ressentido, pois, tão grande era o poder sedutor de Afrodite que ele e os demais deuses estavam brigando o tempo todo pelos encantos dela, enquanto esta os desprezava a todos, como se nada fosse. Como vingança e punição, Zeus fê-la casar-se com Hefesto, (segundo Homero, Afrodite e Hefesto se amavam, mas pela falta de atenção, Afrodite começou a trair o marido para melhor valorizá-la) que usou toda sua perícia para cobri-la com as melhores joias do mundo, inclusive um cinto mágico do mais fino ouro, entrelaçado com filigranas mágicas. Isso não foi muito sábio de sua parte, uma vez que quando Afrodite usava esse cinto mágico, ninguém conseguia resistir a seus encantos. 

Relacionamentos e filhos 

Alguns de seus filhos são Hermafrodito (com Hermes), Anteros (com Ares, a versão mais aceita ou com Adônis, versão menos conhecida), Fobos, Deimos e Harmonia (com Ares), Himeneu, (com Apolo), Príapo (com Dionísio), Eryx (com Poseidon) e Eneias (com Anquises). 

Os diversos filhos de Afrodite mostram seu domínio sobre as mais diversas faces do amor e da paixão humana. 

Afrodite sempre amou a alegria e o glamour, e nunca se satisfez em ser a esposa caseira do trabalhador Hefesto. Afrodite amou e foi amada por muitos deuses e mortais. Dentre seus amantes mortais, os mais famosos foram Anquises e Adônis, que também era apaixonado por Perséfone, que aliás, era sua rival, tanto pela disputa pelo amor de Adônis, tanto no que se diz respeito de beleza. Vale destacar que a deusa do amor não admitia que nenhuma outra mulher tivesse uma beleza comparável com a sua, punindo (somente) mortais que se atrevessem comparar a beleza com a sua, ou, em certos casos, quem possuísse tal beleza. Exemplos disso é Psiquê e Andrômeda. 

 Hefesto




Hefesto ou Hefaísto (em grego: Ήφαιστος, transl. Hēphaistos) é o deus grego do fogo, especialmente o fogo usado pelos ferreiros, era o patrono de todos os artesãos, principalmente aqueles que trabalham com metais. Ele era adorado principalmente em Atenas, mas também em outros centros de produção. Ele era também o deus dos vulcões. Mais tarde, o fogo dentro dos vulcões passou a representar a fornalha do ferreiro. Hefesto foi associado com o Monte Etna, que fica na ilha da Sicília. Conhecido como o deus coxo, Hefesto nasceu fraco e aleijado. Descontente com a visão de seu filho, Hera jogou Hefesto do Monte Olimpo, e ele ficou em queda livre por um dia inteiro antes de cair no mar. Algumas ninfas resgataram-no e o levaram para Lemnos, onde as pessoas da ilha cuidaram dele. Mas outras versões dizem que Zeus atirou-o do Olimpo depois de Hefesto ter se aliado a sua mãe em uma briga. Nessa versão da lenda, Hefesto caiu durante nove dias e nove noites, e ele desembarcou na ilha de Lemnos. Foi em Lemnos, onde ele construiu seu palácio e sua forja sob um vulcão. 
Para se vingar de sua rejeição por Hera, Hefesto fabricou um trono mágico, que foi presenteado a ela no Monte Olimpo. Quando Hera se sentou no trono, ela ficou presa, tornando-se refém de Hefesto. Os deuses do Olimpo pediram a Hefesto para que ele voltasse ao domínio celeste, em troca da liberação de Hera, mas ele recusou. A mando dos deuses, Dionísio o embriagou, e quando Hefesto ficou totalmente embriagado, Dionísio levou-o de volta para o Monte Olimpo deitado sobre as costas de uma mula. Esta cena é uma das favoritas na arte grega. Mesmo assim, Hefesto só liberou Hera depois de receber a bela Afrodite como sua noiva. Dionísio foi recompensado passando a ser considerado um dos membros do panteão olímpico. 

O Nascimento de Hefesto

Hefesto é conhecido como o filho de Zeus e Hera, embora Zeus não tivesse nada a ver com a concepção. Hefesto foi gerado partenogenéticamente, o que significa que ele foi concebido sem a fertilização masculina. Hera ficou com ciúmes de Zeus depois que descobriu um caso dele com Metis, a partir do qual a deusa da prudência estava grávida de Atena. No entanto, Gaia tinha advertido Zeus que Metis daria à luz uma filha, que iria derrubá-lo. Para evitar isso, Zeus engoliu Metis, para que ele pudesse levar a criança até o nascimento ele mesmo, apesar de Zeus não poderia dar à luz naturalmente. Por vingança, Hera produziu Hefesto, e diz a lenda, que Hefesto dividiu a cabeça de Zeus com um machado, a partir do qual Athena nasceu. 

Uma lenda diz que Hefesto desejava se casar com Athena, que foi também a patrona dos ferreiros, mas ela recusou porque o achou feio demais. Outra lenda diz que Athena desapareceu de sua cama nupcial, mas Hefesto não a viu desaparecer, e derramou sua semente no chão, e desta forma, tendo Gaia por mãe, foi gerado Erecteu, que se tornou rei de Atenas. 


Hefesto e Afrodite

Afrodite, em algumas versões, era a esposa de Hefesto, e ele desconfiava que Afrodite houvesse cometido adultério. Para pegá-la sendo infiel ele formou uma rede de elo da cadeia extraordinária, tão fino e forte que ninguém podia escapar. Então um dia ele surpreendeu Afrodite e o deus da guerra Ares, enquanto estavam deitados juntos na cama. Ele jogou sua rede mágica sobre eles e puxou-os antes de os deuses do Olimpo e exibiu como eles eram nus e enrolados nos braços do outro. Hefesto pediu aos deuses reunidos em justa retribuição, mas eles fizeram o oposto total. Os deuses caíram na gargalhada ao ver os amantes nus, após o que permitiu que o casal saísse livre. De acordo com a Ilíada de Homero, Hefesto tinha uma esposa chamada Aglaea, que foi uma das Charites (Graças). 

Habilidade e Criações

Sendo um grande artífice, Hefesto fabricava artigos maravilhosos de vários materiais, principalmente de metal. Com a ajuda dos Ciclopes, que eram seus operários e auxiliares, ele fez os raios de Zeus e seu cetro. Ele fez armas e armaduras para os outros deuses e heróis. Para Athena, ele fez seu escudo ou égide e para o deus do amor, Eros, ele fez as setas. O carro maravilhoso que o deus do sol Hélios atravessou todo o céu foi feito por Hefesto. Ele também formou a armadura invencível de Aquiles. Hefesto ajudou a criar a primeira mulher, com a ajuda de outros deuses, depois de Zeus ordenou que houvesse um novo tipo de humano. Zeus conspirou contra Prometeu porque ele e sua raça de mortais tinham apenas um gênero, que era do sexo masculino, e assim Hefesto criou a primeira mulher a partir do barro. Seu nome era Pandora (todos os presentes) e de uma caixa sobrenatural, ela liberou os males do mundo sobre a humanidade. 

Representações e Culto

Hefesto é geralmente mostrado como um aleijado, inclinado sobre a sua bigorna. Ele geralmente possui barba e é normalmente representado como sendo feio, e em algumas formas de arte, é representado caminhando com a ajuda de uma vara. Homero descreve Hefesto como coxo e andando com a ajuda de uma vara. Hepheastus era adorado principalmente em Atenas, onde o Templo de Hefesto e Atena (a Hephaesteum, também conhecido como o Theseum) continua de pé. É o exemplo mais completo de um templo "dórico" (uma das três ordens na arquitetura grega). Foi construído em 449 aC, e fica em uma colina perto da Ágora ao pé da Acrópole. Hefesto e Atena Ergane (protetora dos artesãos e artesãos) foram homenageados com o festival "Chalceia" no dia 30 do mês Pyanopsion. Os romanos adotaram Hefesto como um de seus próprios deuses associados a mitos e culto ao seu deus do fogo e chamaram-no de Vulcano (Volcanus).

 Pandora





Na mitologia grega, Pandora foi a mulher que trouxe o mal ao mundo e causou a queda da humanidade. Ela foi enviada à Terra porZeus, rei dos deuses, que queria vingar-se do Titã Prometeu. Prometeu criou os homens e em certa ocasião roubou o fogo dos deuses e o deu aos homens. Zeus ordenou  ao deus artesão Hefesto que formasse a primeira mulher, Pandora, a partir de argila. Athena deu vida a esta criação, Afrodite deu a beleza, e Hermes lhe ensinou a ser esperta e enganadora.


Zeus enviou Pandora para a Terra, mas Prometeu, cujo nome significa "premeditação", não teria nada a ver com ela. No entanto, seu irmão Epimeteu acabou por tomar Pandora em casamento, e ela trouxe com ela uma jarra/caixa selada como um presente dos deuses. Alguns relatos dizem que Epimeteu abriu a caixa de Pandora, outros sustentam que Pandora mesmo a abriu. Dentro do recipiente haviam a doença, a velhice, a pobreza, o mal, a guerra, e todos os outros males que afligem os seres humanos desde então. Quando a caixa foi aberta, eles voaram para o mundo, deixando apenas a esperança no fundo da caixa para dar às pessoas um pedaço de conforto. Algumas histórias dizem que a caixa continha todas as coisas boas que Prometeu planejou para dar a raça humana, mas quando Pandora cedeu à curiosidade e abriu a caixa, ela deixou todas  as bênçãos escaparem.

Pandora e Epimeteu tiveram uma filha, Pirra, que aparece em um mito grego sobre uma grande inundação. Pirra e seu marido,Deucalião, foram os únicos sobreviventes da inundação e tornaram-se os pais de uma nova raça humana.

 Prometeu




Na mitologia grega, Prometeu (em grego: Προμηθεύς, "antevisão") foi o titã criador da humanidade, através de água e terra. É filho dos titãs Jápeto e Tétis (outras fontes apontam Climene, filha do titã Oceano, como sua mãe), e irmão de Atlas, Epimeteu e Menoécio. É pai de Decalião. A deusa Atena lhe ensinou arquitetura, astronomia, matemática, navegação, medicina e metalurgia, e ele, por sua vez ensinou aos seres humanos. Zeus, o líder dos deuses gregos, ficou com raiva de Prometeu por tornar as pessoas poderosas, ensinando-lhes todas essas habilidades úteis.


Quando os deuses escolheram Prometeu como árbitro em uma disputa, ele enganou o crédulo Zeus, fazendo-o escolher as piores partes do touro sacrificial, escondendo-as debaixo de uma camada rica em gordura. Para punir Prometeu, Zeus retirou o fogo dos homens. "Deixe-os comer sua carne crua", declarou ele. Em resposta, Prometeu, esgueirou-se até o Monte Olimpo, acendeu uma tocha do sol, e escondeu um pedaço de carvão queimando em um caule oco. Ele fugiu com ele e, assim, restituiu o fogo para a humanidade.




Zeus, como vingança, tentou, sem sucesso, enganar o irmão de Prometeu, Epimeteu, a aceitar a bela mas travessa Pandora como um presente. Epimeteu, consciente do anterior conselho de seu irmão, recusou. Depois de seu truque falhar, e com raiva de todos as trapaças cometidas contra ele, Zeus prendeu Prometeu acorrentado nu a um pilar nas montanhas do Cáucaso. Grifos-abutres (ou uma águia em alguns contos) comiam do fígado de Prometeu todo o dia. Durante o frio noturno da montanha, o seu fígado tornava-se inteiro novamente.


Assim foi, dia após dia, ano após ano. Epimeteu casou-se com Pandora, em um vão esforço para libertar seu irmão. Pandora - tão maldosa quanto era linda - abriu a famosa caixa em que Prometeu tinha selado todos os males que afligem a humanidade, dentre eles: velhice, trabalho, doenças, insanidade, imoralidade e sofrimento, deixando apenas a esperança dentro dela.



Só anos mais tarde, a mando de Héracles (Hércules), Zeus tornou Prometeu livre, com a condição de que outro tomasse o seu lugar no martírio, o que foi feito por Quiron, o centauro.


Introdução

Selo HowStuffWorks

Mesmo se você nunca viu o filme de 1941 chamado "O homem lobo" provavelmente sabe o que é necessário para matar um lobisomem - uma bala de prata. Isto se deve ao fato de que "O homem lobo" fez para os lobisomens o mesmo que a novela de Bram Stoker feita em 1897, "Drácula" fez aos vampiros. Ele estabeleceu as regras de como os lobisomens devem se comportar.

De acordo com "O homem lobo", se um lobisomem mordê-lo, você também se tornará um. À noite, você se transformará em uma criatura parte humana, parte lobo e atacará os seres humanos. No filme original, essa transformação se dá em um declive, onde algumas espécies de acônitos, também conhecidas como hemeróbio (em inglês) ou veneno de lobo, florescem. Na sequência do filme "O homem lobo", vinculou-se a transformação à lua cheia, uma característica que muitas pessoas associam aos lobisomens atualmente. "O homem lobo" também deixou claro que uma vez que uma pessoa se torna um lobisomem, a única cura é a morte. Tentar pedir ou rezar para querer sair dessa não irá adiantar e nenhuma corrente no mundo poderá impedi-lo de atacar outras pessoas.

lobisomem
HowStuffWorks 2007
Um lobisomem
Tal como "Drácula", "O homem lobo" é baseado em lendas e histórias que existem há centenas de anos. Entretanto, as balas de prata, a lua cheia, o veneno de lobo e o incurável curso da licantropia têm mais a ver com Hollywood do que com a própria história. Nas histórias e no folclore, existem inúmeros modos de se tornar um lobisomem, e a transformação nem sempre é involuntária ou mesmo permanente. Apesar dessas diferenças, a maioria dos lobisomens dos filmes e histórias antigas têm algo em comum. Eles são perigosos, astutos e até mesmo maus, causando medo e terror.

Assim o que existe de tão intrigante e aterrorizador na ideia de se transformar em um animal selvagem? Porque essas histórias existem em tantas culturas ao redor do mundo? As histórias sobre lobisomens têm algum fundamento em fato médico ou científico, ou elas são simplesmente produto da imaginação?

Sequels to 
Getty Images
Na sequência de "O homem lobo" foi estabelecida uma ligação entre os lobisomens e a lua cheia
Neste artigo, veremos como as pessoas se transformam em lobisomens e o que acontece durante a transformação. Veremos também o que os lobisomens representam em diferentes culturas, além de examinar os eventos históricos e as condições médicas que incitaram algumas comunidades a acreditar que os lobisomens realmente existem.

Prejudiciais ao lobo
Os personagens em "O homem lobo" destroem as raízes dos venenos de lobo e prendem as flores em suas roupas. Esta não é uma ideia muito boa. O veneno de lobo é extremamente tóxico - o termo "veneno de lobo" provavelmente vem de pessoas que utilizam a planta para envenenar lobos. Os horticulturalistas recomendam o uso de luvas ao manipular a planta e em seguida uma lavagem cuidadosa das mãos.


Origens dos lobisomens
É difícil apontar a primeira referência do mundo aos lobisomens. Um dos mais antigos escritos conhecidos "A Epopéia de Gilgamesh", é um candidato provável. Nele, Gilgamesh recusa-se a ser amante da deusa Ishtar por causa do comportamento cruel dela com os seus pretendentes anteriores. Ishtar transforma um pastor de ovelhas, em um lobo, fazendo-o inimigo de seus amigos, de suas ovelhas e até mesmo de seus próprios cães.

Apesar dos grandes lobos normalmente não atacarem as pessoas sem serem provocados, na cultura ocidental eles são freqüentemente odiados e temidos
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Apesar dos grandes lobos normalmente não atacarem as pessoas sem serem provocados, na cultura ocidental eles são frequentemente odiados e temidos
Ishtar não é a única divindade antiga a transformar um mortal em lobo. Na "Metamorfose," de Ovídio, um viajante chega a casa do rei Lycaon da Acádia. Lycaon suspeita que o visitante seja imortal, assim ele lhe propõe um teste. Ele serve carne humana ao seu convidado, que infelizmente se transforma no Deus Júpiter. Júpiter reconhece a origem da carne imediatamente e transforma Lycaon em lobo. Tanto o nome Lyacon quanto o termo licantropia vem da mesma raiz - o termo grego lykos, que significa lobo.

Ambos os escritos anteriores são antigos e sugerem que a ideia de homens se transformando em lobos tem habitado o mundo desde os primórdios da civilização humana. Além de antiga, a ideia é amplamente difundida. Na maioria dos lugares, se um lobo vive ou viveu em uma região particular, os contos folclóricos dessa região incluem os lobisomens. Nas regiões onde não existem lobos, as histórias falam de pessoas que se transformam em outros animais carnívoros. Histórias vindas de partes da África (em inglês) falam de pessoas que se transformam em hienas ou crocodilos. Nos contos folclóricos chineses, as pessoas se transformam em tigres, e em histórias japonesas, elas viram raposas. Algumas histórias russas descrevem pessoas que se transformam em ursos.

Em todas essas histórias, os mutantes tendem a provocar medo. Tal medo surge de três fontes principais:

O animal que a pessoa se torna é um carnívoro poderoso, grande - ele é assustador mesmo sem intervenção sobrenatural;
Ao sofrer a transformação, a pessoa vira algo que amedronta, não tendo como escapar;
Se a licantropia for transmitida por uma mordida, a vítima enfrenta a ameaça contínua de sofrer espantosas transformações indefinidamente se sobreviver ao encontro.
Contudo, ser mordido não é o único modo de se tornar um lobisomem. A seguir, examinaremos outros métodos utilizados para transformar um ser humano em lobo.

Uma explicação sobre Licantropia
O termo "licantropia" se refere originalmente a uma doença mental - a ilusão de ser um lobisomem. Atualmente, muitas pessoas usam o termo "licantropia" para se referir "a habilidade de se transformar em lobo" e "licantropo" para designar o "lobisomem".


Tornando-se um lobisomem
Nas alusões literárias mais antigas sobre lobisomens, os deuses utilizam a licantropia como punição. A idéia dos lobisomens como homens castigados também faz parte de inúmeros contos folclóricos, embora os deuses não façam sempre parte da história. Algumas vezes, alguém simplesmente se torna um lobisomem como resultado de um mau comportamento - ou alguém que não tem um bom comportamento, acaba por revelar-se um lobisomem. A transgressão frequentemente tem algo a ver com excesso sexual, e o culpado é normalmente o homem. Em um conto, uma mulher suspeita que seu marido é um lobisomem. Um dia, enquanto ele está trabalhando no campo, um lobo vai até a cozinha e a ataca. Ele morde sua saia, que é vermelha, e foge. Quando o marido retorna, a mulher vê parte de sua saia presa em seus dentes. O duplo sentido transparece.

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2007 HowStuffWorks
Quando a licantropia é um castigo, a transformação às vezes é permanente. O criminoso se torna um lobo ou se transforma em um de tempos em tempos ao longo da vida. Em outras histórias, o homem se transforma em lobo em um determinado período, normalmente sete ou nove anos. E depois, melhora.

Mas em outros contos folclóricos, tornar-se um lobisomem não é um castigo - é uma dádiva e uma fonte de poder. As histórias falam de vestimentas como cintos ou correias que permitem a quem as usa se transformar em um lobo. Isso traz inúmeros benefícios, incluindo uma dispensa abastecida de galinhas e animais de caça. Em muitas versões germânicas dessa estória, o cinto é feito com a pele de um lobo. Se o cinto for destruído, a habilidade de se transformar desaparece também. Em descrições como essa, a transformação de humano em lobo é voluntária - não dependendo da fase da lua. O homem pode mudar de humano a lobo e vice-versa quando quiser, contanto que ele tenha a vestimenta certa.

Tais histórias são comuns em muitos países da Europa setentrional, incluindo a Alemanha, Bélgica e a Holanda. Na prosa islandesa do século 13, na "Saga Völsunga," os homens usam a pele de lobos para lutar como eles. Isso também é associado aos bravos guerreiros nórdicos, tratados assim por causa da pele de urso que eles usavam nas batalhas.

Breton Lai
A Breton lai, ou narrativa bretã, é uma história de amor escrita em versos rítmicos. A maioria das narrativas bretãs foram compostas durante o período medieval na Europa e incluem elementos mitológicos ou sobrenaturais. Em alguns contos folclóricos, ser um lobisomem pressupõe a remoção das vestes em vez de colocá-las. O lobisomem só pode retomar a forma humana colocando novamente suas vestes, embora as histórias normalmente não expliquem como ele as veste sem dedos e mãos humanas. Em um conto, um homem e seus companheiros viajam floresta adentro. O homem remove suas vestes, faz um círculo em volta com urina - transformando-as em pedra - e corre para a floresta. Uma vez que suas roupas são petrificadas, ninguém pode movê-las. O lobo então tem a garantia de que poderá retornar ao mundo humano. Um outro lobo da ficção não é tão sortudo. Em uma narrativa bretã chamada "Bisclavret," uma mulher adúltera de um lobisomem rouba suas vestes, mantendo-o sob a forma humana. Quando ele a vê novamente, arranca o nariz dela com uma mordida.
Nas narrativas modernas, a licantropia é frequentemente transmitida pela mordida de um lobisomem, mas existem exceções. Na série de novelas de Terry Pratchett chamada "Discworld" por exemplo, os lobisomens são uma raça, tal como os pigmeus ou trolls. Os lobisomens de Pratchett podem se transformar de humanos a lobos à vontade. Alguns preferem permanecer na forma de lobo a maior parte do tempo, enquanto outros, como Angua, um oficial no observatório de Ankh-Morpork, muda sua forma conforme a ocasião.

A transformação em si é geralmente mais importante nos filmes do que nos escritos. A seguir, veremos como as pessoas se transformam fisicamente em lobisomens.



A transformação dos lobisomens
Muitas obras literárias não dispensam muito tempo descrevendo o que acontece quando alguém se transforma em lobo. Num minuto, ele é humano, no minuto seguinte, ele não é mais. Mesmo em filmes como "O homem lobo", o processo de transformação acontece basicamente fora da tela - o homem, mais do que o processo de transformação, é o foco primário do filme. Ao mesmo tempo, a transformação em lobisomem em "O homem lobo" é convincente, considerando particularmente a época em que foi feito. Primeiro, começa a crescer cabelo na pele de Larry Talbot, em seguida, ele se torna uma criatura que se parece com um homem bastante peludo, com unhas afiadas e caninos pronunciados.

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2007 HowStuffWorks
Alguns lobisomens são mais humanos do que lobos, enquanto outros são mais lobos que humanos
Nos filmes mais recentes, entretanto, o processo de transformação em lobo é geralmente o ponto alto do show. Ele aparece rico em detalhes e é com frequência descrito como um processo doloroso. Os ossos se alongam violentamente e mudam de forma, movendo-se por vezes tão drasticamente que chegam a romper a pele da pessoa. Do início ao fim, a transformação pode durar vários minutos e o resultado final é uma criatura que é parte humana, parte lobo, variando a proporção. Dependendo dos efeitos especiais disponíveis na época em que o filme é feito - além das técnicas utilizadas para criar tais efeitos - essas transformações podem chegar ao absurdo do grotesco para dar uma impressão de veracidade convincente.

Se o lobisomem se transforma quando morre varia de livro para livro e de filme para filme. Algumas vezes, quando um lobisomem morre na forma de lobo, ele continua como lobo para sempre. Porém, em outras descrições, ele imediatamente volta à forma humana. Nesses filmes, se você decepa a pata do lobisomem, ela pode se transformar em uma mão humana perante seus olhos. Geralmente, ferimentos graves sofridos em forma de lobo aparecem no corpo humano do lobisomem, tornando muito mais fácil determinar qual amigo ou vizinho é um licantropo.

Na maioria das representações modernas, a única cura para a licantropia é uma bala de prata. Entretanto algumas vezes poções, remédios ou rituais podem interromper a transformação, ou ao menos mantê-la sob controle. Nos livros de "Harry Potter", Remus Lupin quando toma a poção Wolfsbane (que pode ser chamada também de poção mata-cão ou poção do acônito), restringe a sua transformação em lobisomem ou a torna mais lenta. No filme "Possuída", a injeção de uma infusão de hemeróbio é capaz de curar a licantropia.

Atualmente os lobisomens da ficção crescem principalmente nos contos folclóricos, e nessas histórias a licantropia é, na maior parte das vezes, uma metáfora. A seguir, veremos o que os lobisomens representam tanto nas antigas histórias quanto nos filmes modernos.

Os bons lobisomens
Em muitas descrições, os lobisomens são maus - eles matam animais e pessoas inocentes, às vezes por divertimento. Mas em alguns filmes e livros os lobisomens são bons, ou ao menos simpáticos. Eles causam compaixão no público, em grande parte pela luta em aceitar ou controlar a licantropia. Isso não é uma invenção totalmente recente. A história "Eena," de Manly Banister, foi publicada em 1947. Ela quebrou a tradição ao representar um lobisomem que era ao mesmo tempo simpático e mulher. Outros personagens, como o Remus Lupin de J.K. Rowling parece ser inteiramente benevolente. Outro lobisomem, o impenetrável Oz, de "Buffy, a caça-vampiros", aprende a controlar seus impulsos licantropos, assim ele acaba por tornar-se uma pessoa melhor, reconquistando o coração de sua ex-namorada, Willow. Mais recentemente, os lobisomens apareceram como defensores dos humanos na saga Crespúsculo, de Stephanie Meyer. Eles têm como missão proteger os humanos dos ataques de vampiros.




Metáforas com lobisomens
Assim como com os vampiros, existe um componente sexual nos lobisomens. Enquanto os vampiros são atraentes e magnéticos sexualmente, o lobisomem típico é hiper-masculino. Ele é excepcionalmente musculoso, peludo e violento.

Essas características não se originam somente da aparência do lobisomem, mas também de suas raízes folclóricas. Em muitas histórias, um homem se torna lobisomem por causa de algum tipo de excesso. Seu comportamento pode ser demasiado bruto, ou ele pode, segundo os padrões da comunidade, ser sexualmente desviante, apresentando por exemplo uma voluptuosidade exacerbada na relação com as mulheres. Essas características podem, inclusive, ter levado à aplicação do termo "lobisomem" ao comportamento humano. No século 16, em Guernsey, uma das Ilhas do Canal na costa da França, jovens que vagavam pelos arredores à noite, desrespeitando o toque de recolher e constrangendo a sociedade política, eram conhecidos como lobisomens. Em alguns casos, os jovens se disfarçavam como animais para atravessar de uma comunidade à outra. Uma crença comum na época era de que os criminosos se transformariam eventualmente em lobisomens.

Essa conexão com o comportamento bruto ou vulgar também aparece na psicologia moderna. Em termos psicológicos, você poderia pensar na luta de uma pessoa com licantropia como uma luta contra - ou para livrar-se de - sua natureza mais primitiva. Quando um homem se torna um lobisomem, seu instinto primitivo, o qual não é considerado necessariamente apropriado, assume o controle.

Existem paralelos naturais entre a licantropia e a puberdade. Durante a puberdade, o corpo humano muda radicalmente. Essas mudanças podem parecer estranhas e elas estão definitivamente fora do controle da pessoa jovem. De modo semelhante, em algumas descrições, a licantropia é uma metáfora para a menstruação. O corpo feminino muda de acordo com o ciclo mensal regular. De muitas maneiras, essas mudanças definem quem ela é - a menstruação é o carimbo oficial de ser uma mulher, e a transformação física é o carimbo oficial de ser um lobisomem. Devido à transmissão típica se dar através de uma mordida que eventualmente pode levar à morte, a licantropia pode também ser uma metáfora para qualquer doença contagiosa, particularmente aquelas que são transmitidas sexualmente.

Esta é uma das razões da identificação das pessoas com os lobisomens, apesar deles serem classificados como monstros. Os adolescentes e jovens podem se identificar por causa das repentinas mudanças em sua pele, cabelos e corpo. E praticamente todos já viveram o esforço de controlar emoções como raiva e frustração.

Ao mesmo tempo, existem condições médicas que podem fazer a licantropia parecer bem real. Leia para aprender mais sobre isto.




Lobisomens reais
A maioria das pessoas já ouviu algo sobre a caça às bruxas do século 16. Bem menos conhecida é a caça aos lobisomem que aconteceu no mesmo período. Uma crença comum era de que os lobisomens viravam sua pele ao avesso para retornar à forma humana, assim uma prática de investigação surgiu envolvendo a retirada e a colocação de volta da pele de uma pessoa para ver se havia mais pele por baixo.

Existem muitas reivindicações famosas de licantropia que tiveram lugar durante essas caças aos lobisomens. Em 1573, um suposto lobisomem, Gilles Garnier, foi queimado na estaca. Em 1589, um homem conhecido como Stubbe Peter ou Peter Stubbe, foi executado perto de Colônia, Alemanha, por canibalismo e por múltiplos assassinatos. Alegou-se que ele possuía um cinto que lhe permitia tornar-se lobisomem. Em 1603, um jovem chamado Jean Grenier foi responsabilizado por uma série de assassinatos e desaparecimentos. Dizia-se que ele possuía uma pele que lhe permitia transformar-se em lobo. A corte determinou que Grenier era insano e o confinou em um monastério.

Na França, entre 1520 e 1630, mais de 30.000 casos de pessoas que foram acusadas de serem - ou de aparentarem ser - lobisomens foram registrados [fonte: Dunlop]. Tal como na caça às bruxas, em relação à caça aos lobisomens provavelmente existiram vários casos como esse simultaneamente:

Fajardo Aceves Jesus Manuel, do México, tem uma hipertricose congênita.
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Fajardo Aceves Jesus Manuel, do México, tem uma hipertricose congênita
Hipertricose: uma doença genética ligada ao cromossomo X que pode provocar o crescimento de cabelo espesso na face e no corpo das pessoas. Pessoas com esta condição podem se parecer fisicamente com lobisomens, mas é algo extremamente raro. Uma variação da hipertricose congênita generalizada é conhecida por afetar somente 19 pessoas em uma família mexicana [fonte: Glausiusz].
Envenenamento por ergotina: a ergotina é um fungo que pode infestar grãos como cevada e trigo. Comê-los pode provocar alucinações. O envenenamento por ergotina também foi apontado como a causa de condenações de bruxaria em Salem, Massachusetts.
Raiva: muitos mamíferos podem carregar e transmitir raiva, normalmente através da mordida. A raiva é fatal sem tratamento imediato. Nos estágios mais avançados, ela pode provocar agitação e alucinações. A epidemia de raiva pode ter levado lobos e cães a atacar humanos, o que pode tê-los levado a apresentar tendências semelhantes a lobisomens.
Lobos híbridos: os lobos saudáveis geralmente não atacam pessoas sem serem provocados, mas híbridos agressivos de lobos e cães podem ter atacado vilas, fazendo surgir a ideia da existência de lobisomens violentos.
Porfiria: uma condição sobrenatural associada com mais frequência à porfiria é o vampirismo. A porfiria provoca sensibilidade à luz. Em alguns casos, a exposição à luz do sol provoca lesões e bolhas, que podem desenvolver um cabelo fino durante a cura. A porfiria em estágio avançado também pode levar a alucinações.
Histeria coletiva: tão improvável quanto o nome diz, o começo súbito, simultâneo, de sintomas psicológicos em um grande grupo de pessoas é um fenômeno registrado.
City wolves
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Os lobos não existem em grande número no mundo industrial - talvez seja a razão pela qual muitas estórias atuais sobre lobisomens têm lugar nas cidades
Contudo, a crença de que os lobisomens são reais não está confinada ao passado distante. Na década de 1930, pesquisadores trabalhando na parte da África conhecida atualmente como Gana registraram uma crença generalizada que falava da existência de pessoas que poderiam transformar-se em hienas. Esses mutantes eram normalmente bruxos que viviam nas savanas. Mais recentemente, na década de 1980, uma prática obscura na Península Ibérica - parte da Europa que inclui Espanha e Portugal - tinha a intenção de prevenir que as crianças se transformassem em lobisomens. Esta prática envolveu crianças mais velhas que agiam como padrinhos para os irmãos mais jovens, começando com a sétima ou nona criança [fonte: da Silva]. De acordo com contos folclóricos desta parte do mundo, os lobisomens recrutariam novos membros pelo excesso de crianças. Crianças nascidas com parte do âmnio, ou parte do saco amniótico cobrindo seu rosto - poderiam ser mais suscetíveis a se tornarem lobisomens, ou, de modo inverso, curandeiros.

Nas partes industrializadas do mundo, a ideia de lobisomens, ou de lobos de um modo geral, pode parecer distante e arcaica. Talvez esta seja a razão pela qual mais e mais descrições apresentem a licantropia como uma condição controlável. Os lobisomens são pessoas comuns com um faro aguçado que apresentam-se de modo desagradável por alguns dias a cada mês.

Você pode aprender mais sobre lobisomens e coisas sobrenaturais clicando nos links na próxima página.

 Lobisomem


O Lobisomem, ou licantropo (homem-lobo em grego), é um homem que, segundo a lenda, pode se transformar em lobo nas noites de lua cheia, só voltando à forma humana com o nascer do sol. Peeira e Lobanil são nomes dados à versão feminina dos Licantropos.

Apesar dos lobisomens terem origens europeias, lendas de criaturas semelhantes podem ser encontradas em vários lugares do mundo.

Origens:

A principal origem da lenda dos Lobisomens está na mitologia grega. Uma das personagens mais famosas foi o pugilista Damarco de Parrásia, herói olímpico que assumiu a forma de lobo durante nove anos após um sacrifício feito a Júpiter Liceu. Outro personagem famoso foi o Rei Licaão, que foi transformado por Zeus em um lobo como punição pelo fato de gostar de comer carne humana.

No entanto, alguns estudiosos afirmam que a origem real das lendas do lobisomem esteja na Ircàna, região da antiga Pérsia. A principal evidência é o fato de muitos nomes de tribos indo-europeias, bem como sobrenomes modernos (Lopes, por exemplo) significarem lobo ou mesmo homem-lobo.

As lendas dos licantropos parecem estar ligadas aos constantes ataques de lobos na Europa e América do Norte. Como são predadores temidos, os lobos logo entraram no folclore desses povos. Há criaturas semelhantes em diversas partes do mundo: homens-hienas (África), homens-tigres (Índia), homens-pumas e homens-jaguar (Américas Central e do Sul).

Antigamente, as lendas dos lobisomens eram usadas para explicar um distúrbio psicológico real: a licantropia clínica; doença em que as pessoas agem como animais. Também foi usada para explicar casos de matanças de violência extrema, mutilação e canibalismo.

Tradições ao redor do mundo:

As lendas sobre os lobisomens variam de acordo com as tradições e a cultura dos países onde são contadas:

Na Rússia, se diz que o menino nascido no dia 24 de dezembro será um lobisomem.

O escritor sueco Olaus Magnus afirma que na Livonia, as pessoas se tornam lobisomens após beberem um tipo especial de cerveja duas vezes. 

No Brasil, se diz que o lobisomem é a oitava criança em uma sequência de filhos do mesmo sexo, ou o menino nascido após uma sucessão de sete mulheres. Também se diz que o lobisomem se transforma à meia noite de sexta-feira, em uma encruzilhada. Depois de transformado, sai à noite procurando sangue, matando ferozmente tudo que se move. Antes do amanhecer, ele procura a mesma encruzilhada para voltar a ser homem. Em algumas localidades diz-se que eles têm preferência por bebês não batizados. Já em outras se diz que ele come fezes e não carne.

Em Portugal, acredita-se que o lobisomem coma os restos de animais mortos. Ele também é o sétimo filho da família e só não se tornará lobo se for batizado com o nome de Bento.

Em outros países europeus, acreditava-se que os licantropos se alimentam de cadáveres humanos, escavando tumbas de cemitério.

Na Fennoscandia, os licantropos eram na verdade bruxas, que tinham grandes garras e a habilidade de paralisar animais domésticos e crianças com seu olhar.

Os sérvios acreditavam na existência dos vulkodlaks: lobisomens que tiravam suas peles de lobo no inverno. Se alguém queimasse a pele do lobo, ele se livrava da maldição.
Os cassubianos e os eslovenos acreditavam que a criança que nascesse com muito cabelo, marcas de nascença ou com um calo na cabeça, tinha a habilidade de se transformar em lobo.

Já os armênios, acreditavam que as mulheres que cometessem pecados mortais, eram condenadas a viver sete anos em forma de lobas. Nesse período, elas devoravam seus próprios filhos e os de seus parentes e amigos.

A tribo Navajo, da América do Norte, acreditava na existência de feiticeiras vestidas com peles de lobo e conhecidas como Mai-cob. Os Naskapi, por sua vez, acreditava que os caribus eram protegidos por lobos gigantes que matavam caçadores imprudentes.

No México, por sua vez, havia a crença no mahual, o homem-lobo que costuma roubar queijo e estuprar mulheres.

Já no Haiti, há as lendas dos jé-rouges, lobisomens que entravam nas casas de mães de famílias e as acordavam, pedindo permissão para roubar-lhe os filhos. Como as mulheres estavam sonolentas e desorientadas, a resposta poderia ser sim ou não.

A forma mais conhecida de transmissão e contagio da licantropia é ser mordido por um lobisomem, apesar de ser uma forma famosa, ela é muito rara nas lendas, tendo sido popularizada pelos livros e filmes de horror. Segundo algumas tradições europeias, é possível se transformar em lobisomem: dormindo em uma noite de verão fora de casa em uma quarta ou sexta-feira com a lua cheia brilhando diretamente para sua face; tirando as roupas e colocando um cinto feito de pele de lobo; bebendo água de uma pegada de lobo ou lobisomem; fazendo uma aliança com Satã.

Ainda no campo cristão, a licantropia pode ser uma punição dada por Deus ou algum anjo a uma pessoa pecadora, ou ainda, pode ser resultado de excomunhão. No entanto, em 1690 um homem chamado Thiess, afirmava que os lobisomens são, na verdade, os soldados de Deus na luta contra bruxas e demônios, ele mesmo afirmava ser um lobisomem que precisava viajar ate o inferno ao menos três vezes ao ano para combater seres demoníacos.

A maioria das lendas de lobisomens relata a transformação de homem pra lobo como sendo um processo doloroso, precedido de muita inquietude e ansiedade. O lupino passa por uma série de convulsões e contrações, enquanto as características de lobo vão se desenvolvendo. Quando se transformam, os licantropos se parecem com grandes lobos, antropomorfizados ou não. Quando a transformação termina, os licantropos ficam cansados e muito debilitados.

Acredita-se que após a se tornar um mostro ao menos uma vez, certas características podem permanecer mesmo na sua forma humana. Os licantropos em forma humana, supostamente podem possuir sobrancelhas unidas, unhas curvadas, orelhas pontudas e um andar oscilante. Os russos acreditam que há cerdas debaixo de sua língua, e os brasileiros afirmam que eles são magros e pálidos. Psicologicamente, os lobisomens em forma humana costumam ser retratados como indivíduos muito melancólicos, depressivos e paranoicos. Em parte, devido ao fato de lembrarem vagamente de seus crimes e terem medo de serem descobertos.
Poderes:

-Lobisomens são conhecidos por possuírem força e agilidade extremas, sendo mais fortes e rápidos que qualquer animal selvagem;

-Sua visão é semelhante à dos humanos, no entanto, seus demais sentidos são ainda mais aguçados que dos lobos;

-Possuem invulnerabilidade a quase todas as formas de danos e um poder de regeneração muito acelerado, o que faz deles criaturas quase totalmente imortais;

-Os lobisomens também têm a capacidade de se acasalar, podendo haver relações tanto com humanos, como com lobos e com outros lobisomens. Todas as relações gerarão proles com licantropia.

Fraquezas:

-Acredita-se que os lobisomens só podem ser eficientemente feridos com fogo, prata, acônito (um tipo de planta toxica, segundo a lenda, ela teria nascido da baba de Cérebros) ou por outros lobisomens. No entanto, somente a decaptação ou a destruição do coração podem mata-los;

-Em alguns países acredita-se que os lobisomens têm outras fraquezas como centeio e cinzas de montanhas, estes elementos não os fazem mal, porem atrapalhariam seu faro;

Também há maneiras de se derrotar um lobisomem sem matar sua forma humana:

- longos períodos de atividade física (segundo os antigos gregos);

- exorcismos no intuito de se livrar do espirito selvagem do lobo;

- alguns tipos de remédios medievais;

- sangrar o monstro na testa (lenda siciliana);

- pregar as mãos do monstro com pregos de ferro (atualmente, se afirma que lobisomens mais fracos perdem o poder temporariamente quando têm a mão ferida);

- enviar três cartas com o seu nome como destinatário (lenda alemã da região de Schleswig-Holstein);

- conversão ao Cristianismo (no caso de pessoas que nascem com a maldição).

Licantropos e a mídia:

As primeiras obras sobre licantropos foram escritas na Idade Média. Uma das primeiras foi o romance Bisclavret, de Marie de França, que mostra um lobisomem bonzinho, vítima de magia negra e que ajuda cavaleiros errantes. Mas a maioria das obras mostra os licantropos de outra maneira: demoníacos, servos de satã, inimigos da raça humana e sedentos por carne.

Nas versões mais antigas do conto de fadas de Chapeuzinho Vermelho, o lobisomem representa a figura simbólica do homem que tira a virgindade da garota.

No século XIX, as histórias de horror gótico trazem de volta os licantropos do folclore: um homem amaldiçoado, que se transforma em lobisomem nas noites de lua cheia.

Uma história que traz, implicitamente, referências aos licantropos é O Médico e o Monstro. Que mostra o caso de um médico que se transforma em monstro contra a sua vontade.
No século XX, houve uma explosão de livros de lobisomens nos Estados Unidos e na Inglaterra. Foi nessa época que foi escrito The Werewolf of Paris (1933) por Guy Endore, considerado o Drácula dos livros de lobisomem.

Mais recentemente, os licantropos passaram a ser mostrados como defensores da natureza. Um exemplo clássico é o RPG Lobisomem: O Apocalipse, da editora White Wolf.

O primeiro filme de lobisomem foi Werewolf of London, de 1935, e estabeleceu que o lobisomem sempre mate aqueles que ele mais ama. Não há referências à prata ou a atos de canibalismo neste filme. No entanto, o lobisomem que entrou na imaginação das pessoas foi Talbot, personagem central do filme The Wolf Man, de 1941, muito mais cativante do que seu antecessor, e que introduziu uma das características mais famosas dos licantropos: o fato de ser imune a tudo, menos à prata.

Com o passar dos tempos, os licantropos passam a ter a imagem de criaturas assassinas, que matam e comem pessoas compulsivamente e perdem toda a moral que tinham quando eram humanos.

Em tempos modernos, os licantropos passaram a ser vistos como uma raça a parte dos seres humanos, servindo como predadores ou competidores dos humanos. A licantropia também passou a ser vista como uma doença causada por vírus em algumas obras.

Recentemente, começou a surgir à figura do lobisomem heroico, que luta contra outros monstros e humanos malignos.

Curiosidades:

- No interior do estado de São Paulo, divisa com Minas Gerais, esta localizada a cidade de Joanópolis, capital mundial do Lobisomem, com o maior numero de avistamentos da fera registrados em uma só cidade ate hoje;

- Devido à crença de que o sétimo filho será um lobisomem, no norte da Argentina é costume os pais abandonarem, matarem ou cederem para adoção seus sétimos filhos. Em 1920, uma lei decretou que o presidente da Argentina é o pai (ou a mãe, no caso da Cristina Kirchner) de todo sétimo filho que nascer. Consequentemente, o Estado dá uma medalha de ouro no batismo da criança e custeia seus estudos até ele completar 21 anos;

- Haroldo I da Noruega, fundador e o primeiro rei da Noruega, ficou conhecido por ter sido um Úlfhednar (couro de lobo). Os Úlfhednars eram guerreiros semelhantes aos Berserkers, mudando o fato deles se vestirem em peles de lobo ou urso, pois tinham a crença de os espíritos desses animais podiam ser incorporados dessa forma, e com isso, tornavam-se mais eficientes em combate. Ambos os tipos de guerreiros eram resistentes à dor e matavam impiedosamente em batalha, lutando como animais selvagens. Tais características, somadas ao costume de esconder os corpos de seus aliados derrotados acabaram contribuindo para a disseminação da lenda dos lobisomens.