Translate

sábado, 30 de novembro de 2013

Introdução

Selo HowStuffWorks

Mesmo se você nunca viu o filme de 1941 chamado "O homem lobo" provavelmente sabe o que é necessário para matar um lobisomem - uma bala de prata. Isto se deve ao fato de que "O homem lobo" fez para os lobisomens o mesmo que a novela de Bram Stoker feita em 1897, "Drácula" fez aos vampiros. Ele estabeleceu as regras de como os lobisomens devem se comportar.

De acordo com "O homem lobo", se um lobisomem mordê-lo, você também se tornará um. À noite, você se transformará em uma criatura parte humana, parte lobo e atacará os seres humanos. No filme original, essa transformação se dá em um declive, onde algumas espécies de acônitos, também conhecidas como hemeróbio (em inglês) ou veneno de lobo, florescem. Na sequência do filme "O homem lobo", vinculou-se a transformação à lua cheia, uma característica que muitas pessoas associam aos lobisomens atualmente. "O homem lobo" também deixou claro que uma vez que uma pessoa se torna um lobisomem, a única cura é a morte. Tentar pedir ou rezar para querer sair dessa não irá adiantar e nenhuma corrente no mundo poderá impedi-lo de atacar outras pessoas.

lobisomem
HowStuffWorks 2007
Um lobisomem
Tal como "Drácula", "O homem lobo" é baseado em lendas e histórias que existem há centenas de anos. Entretanto, as balas de prata, a lua cheia, o veneno de lobo e o incurável curso da licantropia têm mais a ver com Hollywood do que com a própria história. Nas histórias e no folclore, existem inúmeros modos de se tornar um lobisomem, e a transformação nem sempre é involuntária ou mesmo permanente. Apesar dessas diferenças, a maioria dos lobisomens dos filmes e histórias antigas têm algo em comum. Eles são perigosos, astutos e até mesmo maus, causando medo e terror.

Assim o que existe de tão intrigante e aterrorizador na ideia de se transformar em um animal selvagem? Porque essas histórias existem em tantas culturas ao redor do mundo? As histórias sobre lobisomens têm algum fundamento em fato médico ou científico, ou elas são simplesmente produto da imaginação?

Sequels to 
Getty Images
Na sequência de "O homem lobo" foi estabelecida uma ligação entre os lobisomens e a lua cheia
Neste artigo, veremos como as pessoas se transformam em lobisomens e o que acontece durante a transformação. Veremos também o que os lobisomens representam em diferentes culturas, além de examinar os eventos históricos e as condições médicas que incitaram algumas comunidades a acreditar que os lobisomens realmente existem.

Prejudiciais ao lobo
Os personagens em "O homem lobo" destroem as raízes dos venenos de lobo e prendem as flores em suas roupas. Esta não é uma ideia muito boa. O veneno de lobo é extremamente tóxico - o termo "veneno de lobo" provavelmente vem de pessoas que utilizam a planta para envenenar lobos. Os horticulturalistas recomendam o uso de luvas ao manipular a planta e em seguida uma lavagem cuidadosa das mãos.


Origens dos lobisomens
É difícil apontar a primeira referência do mundo aos lobisomens. Um dos mais antigos escritos conhecidos "A Epopéia de Gilgamesh", é um candidato provável. Nele, Gilgamesh recusa-se a ser amante da deusa Ishtar por causa do comportamento cruel dela com os seus pretendentes anteriores. Ishtar transforma um pastor de ovelhas, em um lobo, fazendo-o inimigo de seus amigos, de suas ovelhas e até mesmo de seus próprios cães.

Apesar dos grandes lobos normalmente não atacarem as pessoas sem serem provocados, na cultura ocidental eles são freqüentemente odiados e temidos
AFP/Getty Images
Apesar dos grandes lobos normalmente não atacarem as pessoas sem serem provocados, na cultura ocidental eles são frequentemente odiados e temidos
Ishtar não é a única divindade antiga a transformar um mortal em lobo. Na "Metamorfose," de Ovídio, um viajante chega a casa do rei Lycaon da Acádia. Lycaon suspeita que o visitante seja imortal, assim ele lhe propõe um teste. Ele serve carne humana ao seu convidado, que infelizmente se transforma no Deus Júpiter. Júpiter reconhece a origem da carne imediatamente e transforma Lycaon em lobo. Tanto o nome Lyacon quanto o termo licantropia vem da mesma raiz - o termo grego lykos, que significa lobo.

Ambos os escritos anteriores são antigos e sugerem que a ideia de homens se transformando em lobos tem habitado o mundo desde os primórdios da civilização humana. Além de antiga, a ideia é amplamente difundida. Na maioria dos lugares, se um lobo vive ou viveu em uma região particular, os contos folclóricos dessa região incluem os lobisomens. Nas regiões onde não existem lobos, as histórias falam de pessoas que se transformam em outros animais carnívoros. Histórias vindas de partes da África (em inglês) falam de pessoas que se transformam em hienas ou crocodilos. Nos contos folclóricos chineses, as pessoas se transformam em tigres, e em histórias japonesas, elas viram raposas. Algumas histórias russas descrevem pessoas que se transformam em ursos.

Em todas essas histórias, os mutantes tendem a provocar medo. Tal medo surge de três fontes principais:

O animal que a pessoa se torna é um carnívoro poderoso, grande - ele é assustador mesmo sem intervenção sobrenatural;
Ao sofrer a transformação, a pessoa vira algo que amedronta, não tendo como escapar;
Se a licantropia for transmitida por uma mordida, a vítima enfrenta a ameaça contínua de sofrer espantosas transformações indefinidamente se sobreviver ao encontro.
Contudo, ser mordido não é o único modo de se tornar um lobisomem. A seguir, examinaremos outros métodos utilizados para transformar um ser humano em lobo.

Uma explicação sobre Licantropia
O termo "licantropia" se refere originalmente a uma doença mental - a ilusão de ser um lobisomem. Atualmente, muitas pessoas usam o termo "licantropia" para se referir "a habilidade de se transformar em lobo" e "licantropo" para designar o "lobisomem".


Tornando-se um lobisomem
Nas alusões literárias mais antigas sobre lobisomens, os deuses utilizam a licantropia como punição. A idéia dos lobisomens como homens castigados também faz parte de inúmeros contos folclóricos, embora os deuses não façam sempre parte da história. Algumas vezes, alguém simplesmente se torna um lobisomem como resultado de um mau comportamento - ou alguém que não tem um bom comportamento, acaba por revelar-se um lobisomem. A transgressão frequentemente tem algo a ver com excesso sexual, e o culpado é normalmente o homem. Em um conto, uma mulher suspeita que seu marido é um lobisomem. Um dia, enquanto ele está trabalhando no campo, um lobo vai até a cozinha e a ataca. Ele morde sua saia, que é vermelha, e foge. Quando o marido retorna, a mulher vê parte de sua saia presa em seus dentes. O duplo sentido transparece.

werewolf
2007 HowStuffWorks
Quando a licantropia é um castigo, a transformação às vezes é permanente. O criminoso se torna um lobo ou se transforma em um de tempos em tempos ao longo da vida. Em outras histórias, o homem se transforma em lobo em um determinado período, normalmente sete ou nove anos. E depois, melhora.

Mas em outros contos folclóricos, tornar-se um lobisomem não é um castigo - é uma dádiva e uma fonte de poder. As histórias falam de vestimentas como cintos ou correias que permitem a quem as usa se transformar em um lobo. Isso traz inúmeros benefícios, incluindo uma dispensa abastecida de galinhas e animais de caça. Em muitas versões germânicas dessa estória, o cinto é feito com a pele de um lobo. Se o cinto for destruído, a habilidade de se transformar desaparece também. Em descrições como essa, a transformação de humano em lobo é voluntária - não dependendo da fase da lua. O homem pode mudar de humano a lobo e vice-versa quando quiser, contanto que ele tenha a vestimenta certa.

Tais histórias são comuns em muitos países da Europa setentrional, incluindo a Alemanha, Bélgica e a Holanda. Na prosa islandesa do século 13, na "Saga Völsunga," os homens usam a pele de lobos para lutar como eles. Isso também é associado aos bravos guerreiros nórdicos, tratados assim por causa da pele de urso que eles usavam nas batalhas.

Breton Lai
A Breton lai, ou narrativa bretã, é uma história de amor escrita em versos rítmicos. A maioria das narrativas bretãs foram compostas durante o período medieval na Europa e incluem elementos mitológicos ou sobrenaturais. Em alguns contos folclóricos, ser um lobisomem pressupõe a remoção das vestes em vez de colocá-las. O lobisomem só pode retomar a forma humana colocando novamente suas vestes, embora as histórias normalmente não expliquem como ele as veste sem dedos e mãos humanas. Em um conto, um homem e seus companheiros viajam floresta adentro. O homem remove suas vestes, faz um círculo em volta com urina - transformando-as em pedra - e corre para a floresta. Uma vez que suas roupas são petrificadas, ninguém pode movê-las. O lobo então tem a garantia de que poderá retornar ao mundo humano. Um outro lobo da ficção não é tão sortudo. Em uma narrativa bretã chamada "Bisclavret," uma mulher adúltera de um lobisomem rouba suas vestes, mantendo-o sob a forma humana. Quando ele a vê novamente, arranca o nariz dela com uma mordida.
Nas narrativas modernas, a licantropia é frequentemente transmitida pela mordida de um lobisomem, mas existem exceções. Na série de novelas de Terry Pratchett chamada "Discworld" por exemplo, os lobisomens são uma raça, tal como os pigmeus ou trolls. Os lobisomens de Pratchett podem se transformar de humanos a lobos à vontade. Alguns preferem permanecer na forma de lobo a maior parte do tempo, enquanto outros, como Angua, um oficial no observatório de Ankh-Morpork, muda sua forma conforme a ocasião.

A transformação em si é geralmente mais importante nos filmes do que nos escritos. A seguir, veremos como as pessoas se transformam fisicamente em lobisomens.



A transformação dos lobisomens
Muitas obras literárias não dispensam muito tempo descrevendo o que acontece quando alguém se transforma em lobo. Num minuto, ele é humano, no minuto seguinte, ele não é mais. Mesmo em filmes como "O homem lobo", o processo de transformação acontece basicamente fora da tela - o homem, mais do que o processo de transformação, é o foco primário do filme. Ao mesmo tempo, a transformação em lobisomem em "O homem lobo" é convincente, considerando particularmente a época em que foi feito. Primeiro, começa a crescer cabelo na pele de Larry Talbot, em seguida, ele se torna uma criatura que se parece com um homem bastante peludo, com unhas afiadas e caninos pronunciados.

werewolf comparison
2007 HowStuffWorks
Alguns lobisomens são mais humanos do que lobos, enquanto outros são mais lobos que humanos
Nos filmes mais recentes, entretanto, o processo de transformação em lobo é geralmente o ponto alto do show. Ele aparece rico em detalhes e é com frequência descrito como um processo doloroso. Os ossos se alongam violentamente e mudam de forma, movendo-se por vezes tão drasticamente que chegam a romper a pele da pessoa. Do início ao fim, a transformação pode durar vários minutos e o resultado final é uma criatura que é parte humana, parte lobo, variando a proporção. Dependendo dos efeitos especiais disponíveis na época em que o filme é feito - além das técnicas utilizadas para criar tais efeitos - essas transformações podem chegar ao absurdo do grotesco para dar uma impressão de veracidade convincente.

Se o lobisomem se transforma quando morre varia de livro para livro e de filme para filme. Algumas vezes, quando um lobisomem morre na forma de lobo, ele continua como lobo para sempre. Porém, em outras descrições, ele imediatamente volta à forma humana. Nesses filmes, se você decepa a pata do lobisomem, ela pode se transformar em uma mão humana perante seus olhos. Geralmente, ferimentos graves sofridos em forma de lobo aparecem no corpo humano do lobisomem, tornando muito mais fácil determinar qual amigo ou vizinho é um licantropo.

Na maioria das representações modernas, a única cura para a licantropia é uma bala de prata. Entretanto algumas vezes poções, remédios ou rituais podem interromper a transformação, ou ao menos mantê-la sob controle. Nos livros de "Harry Potter", Remus Lupin quando toma a poção Wolfsbane (que pode ser chamada também de poção mata-cão ou poção do acônito), restringe a sua transformação em lobisomem ou a torna mais lenta. No filme "Possuída", a injeção de uma infusão de hemeróbio é capaz de curar a licantropia.

Atualmente os lobisomens da ficção crescem principalmente nos contos folclóricos, e nessas histórias a licantropia é, na maior parte das vezes, uma metáfora. A seguir, veremos o que os lobisomens representam tanto nas antigas histórias quanto nos filmes modernos.

Os bons lobisomens
Em muitas descrições, os lobisomens são maus - eles matam animais e pessoas inocentes, às vezes por divertimento. Mas em alguns filmes e livros os lobisomens são bons, ou ao menos simpáticos. Eles causam compaixão no público, em grande parte pela luta em aceitar ou controlar a licantropia. Isso não é uma invenção totalmente recente. A história "Eena," de Manly Banister, foi publicada em 1947. Ela quebrou a tradição ao representar um lobisomem que era ao mesmo tempo simpático e mulher. Outros personagens, como o Remus Lupin de J.K. Rowling parece ser inteiramente benevolente. Outro lobisomem, o impenetrável Oz, de "Buffy, a caça-vampiros", aprende a controlar seus impulsos licantropos, assim ele acaba por tornar-se uma pessoa melhor, reconquistando o coração de sua ex-namorada, Willow. Mais recentemente, os lobisomens apareceram como defensores dos humanos na saga Crespúsculo, de Stephanie Meyer. Eles têm como missão proteger os humanos dos ataques de vampiros.




Metáforas com lobisomens
Assim como com os vampiros, existe um componente sexual nos lobisomens. Enquanto os vampiros são atraentes e magnéticos sexualmente, o lobisomem típico é hiper-masculino. Ele é excepcionalmente musculoso, peludo e violento.

Essas características não se originam somente da aparência do lobisomem, mas também de suas raízes folclóricas. Em muitas histórias, um homem se torna lobisomem por causa de algum tipo de excesso. Seu comportamento pode ser demasiado bruto, ou ele pode, segundo os padrões da comunidade, ser sexualmente desviante, apresentando por exemplo uma voluptuosidade exacerbada na relação com as mulheres. Essas características podem, inclusive, ter levado à aplicação do termo "lobisomem" ao comportamento humano. No século 16, em Guernsey, uma das Ilhas do Canal na costa da França, jovens que vagavam pelos arredores à noite, desrespeitando o toque de recolher e constrangendo a sociedade política, eram conhecidos como lobisomens. Em alguns casos, os jovens se disfarçavam como animais para atravessar de uma comunidade à outra. Uma crença comum na época era de que os criminosos se transformariam eventualmente em lobisomens.

Essa conexão com o comportamento bruto ou vulgar também aparece na psicologia moderna. Em termos psicológicos, você poderia pensar na luta de uma pessoa com licantropia como uma luta contra - ou para livrar-se de - sua natureza mais primitiva. Quando um homem se torna um lobisomem, seu instinto primitivo, o qual não é considerado necessariamente apropriado, assume o controle.

Existem paralelos naturais entre a licantropia e a puberdade. Durante a puberdade, o corpo humano muda radicalmente. Essas mudanças podem parecer estranhas e elas estão definitivamente fora do controle da pessoa jovem. De modo semelhante, em algumas descrições, a licantropia é uma metáfora para a menstruação. O corpo feminino muda de acordo com o ciclo mensal regular. De muitas maneiras, essas mudanças definem quem ela é - a menstruação é o carimbo oficial de ser uma mulher, e a transformação física é o carimbo oficial de ser um lobisomem. Devido à transmissão típica se dar através de uma mordida que eventualmente pode levar à morte, a licantropia pode também ser uma metáfora para qualquer doença contagiosa, particularmente aquelas que são transmitidas sexualmente.

Esta é uma das razões da identificação das pessoas com os lobisomens, apesar deles serem classificados como monstros. Os adolescentes e jovens podem se identificar por causa das repentinas mudanças em sua pele, cabelos e corpo. E praticamente todos já viveram o esforço de controlar emoções como raiva e frustração.

Ao mesmo tempo, existem condições médicas que podem fazer a licantropia parecer bem real. Leia para aprender mais sobre isto.




Lobisomens reais
A maioria das pessoas já ouviu algo sobre a caça às bruxas do século 16. Bem menos conhecida é a caça aos lobisomem que aconteceu no mesmo período. Uma crença comum era de que os lobisomens viravam sua pele ao avesso para retornar à forma humana, assim uma prática de investigação surgiu envolvendo a retirada e a colocação de volta da pele de uma pessoa para ver se havia mais pele por baixo.

Existem muitas reivindicações famosas de licantropia que tiveram lugar durante essas caças aos lobisomens. Em 1573, um suposto lobisomem, Gilles Garnier, foi queimado na estaca. Em 1589, um homem conhecido como Stubbe Peter ou Peter Stubbe, foi executado perto de Colônia, Alemanha, por canibalismo e por múltiplos assassinatos. Alegou-se que ele possuía um cinto que lhe permitia tornar-se lobisomem. Em 1603, um jovem chamado Jean Grenier foi responsabilizado por uma série de assassinatos e desaparecimentos. Dizia-se que ele possuía uma pele que lhe permitia transformar-se em lobo. A corte determinou que Grenier era insano e o confinou em um monastério.

Na França, entre 1520 e 1630, mais de 30.000 casos de pessoas que foram acusadas de serem - ou de aparentarem ser - lobisomens foram registrados [fonte: Dunlop]. Tal como na caça às bruxas, em relação à caça aos lobisomens provavelmente existiram vários casos como esse simultaneamente:

Fajardo Aceves Jesus Manuel, do México, tem uma hipertricose congênita.
TAO-CHUAN/YEH/AFP/Getty Images
Fajardo Aceves Jesus Manuel, do México, tem uma hipertricose congênita
Hipertricose: uma doença genética ligada ao cromossomo X que pode provocar o crescimento de cabelo espesso na face e no corpo das pessoas. Pessoas com esta condição podem se parecer fisicamente com lobisomens, mas é algo extremamente raro. Uma variação da hipertricose congênita generalizada é conhecida por afetar somente 19 pessoas em uma família mexicana [fonte: Glausiusz].
Envenenamento por ergotina: a ergotina é um fungo que pode infestar grãos como cevada e trigo. Comê-los pode provocar alucinações. O envenenamento por ergotina também foi apontado como a causa de condenações de bruxaria em Salem, Massachusetts.
Raiva: muitos mamíferos podem carregar e transmitir raiva, normalmente através da mordida. A raiva é fatal sem tratamento imediato. Nos estágios mais avançados, ela pode provocar agitação e alucinações. A epidemia de raiva pode ter levado lobos e cães a atacar humanos, o que pode tê-los levado a apresentar tendências semelhantes a lobisomens.
Lobos híbridos: os lobos saudáveis geralmente não atacam pessoas sem serem provocados, mas híbridos agressivos de lobos e cães podem ter atacado vilas, fazendo surgir a ideia da existência de lobisomens violentos.
Porfiria: uma condição sobrenatural associada com mais frequência à porfiria é o vampirismo. A porfiria provoca sensibilidade à luz. Em alguns casos, a exposição à luz do sol provoca lesões e bolhas, que podem desenvolver um cabelo fino durante a cura. A porfiria em estágio avançado também pode levar a alucinações.
Histeria coletiva: tão improvável quanto o nome diz, o começo súbito, simultâneo, de sintomas psicológicos em um grande grupo de pessoas é um fenômeno registrado.
City wolves
AFP/Getty Images
Os lobos não existem em grande número no mundo industrial - talvez seja a razão pela qual muitas estórias atuais sobre lobisomens têm lugar nas cidades
Contudo, a crença de que os lobisomens são reais não está confinada ao passado distante. Na década de 1930, pesquisadores trabalhando na parte da África conhecida atualmente como Gana registraram uma crença generalizada que falava da existência de pessoas que poderiam transformar-se em hienas. Esses mutantes eram normalmente bruxos que viviam nas savanas. Mais recentemente, na década de 1980, uma prática obscura na Península Ibérica - parte da Europa que inclui Espanha e Portugal - tinha a intenção de prevenir que as crianças se transformassem em lobisomens. Esta prática envolveu crianças mais velhas que agiam como padrinhos para os irmãos mais jovens, começando com a sétima ou nona criança [fonte: da Silva]. De acordo com contos folclóricos desta parte do mundo, os lobisomens recrutariam novos membros pelo excesso de crianças. Crianças nascidas com parte do âmnio, ou parte do saco amniótico cobrindo seu rosto - poderiam ser mais suscetíveis a se tornarem lobisomens, ou, de modo inverso, curandeiros.

Nas partes industrializadas do mundo, a ideia de lobisomens, ou de lobos de um modo geral, pode parecer distante e arcaica. Talvez esta seja a razão pela qual mais e mais descrições apresentem a licantropia como uma condição controlável. Os lobisomens são pessoas comuns com um faro aguçado que apresentam-se de modo desagradável por alguns dias a cada mês.

Você pode aprender mais sobre lobisomens e coisas sobrenaturais clicando nos links na próxima página.

Nenhum comentário:

Postar um comentário